Encerrou-se no dia 01 de setembro, sexta-feira, a Conferência Internacional sobre Redução de Desastres, em Davos, Suiça. Na opinião do pesquisador Cláudio José Ferreira que participou do evento os principais destaques foram:

GERENCIAMENTO INTEGRADO DE RISCO.

Diversos modelos propostos sintetizaram as etapas de gerenciamento integrado de risco em: a) análise de risco (o que, quando e quais a conseqüências), b) avaliação de risco (o que é aceitável), c) planejamento, d) implementação. Uma ação sustentável no gerenciamento de risco comprende, então, quatro vertentes: 1) conhecimento e recursos, 2) comprometimento institucional, 3) participação social, e 4) planos de ação. Novas visões e métodos foram apresentados quanto a caracterização dos processos (uso de fractais, mapeamento geotécnico, monitoramento por satélites, quantificação da vulnerabilidade, percepção social do risco, etc).

GEOTECNOLOGIAS

Há um esforço na Europa de construção de robustos sistemas de informação que centralizem e conectem sistemas locais para o gerenciamento de risco. Pelo menos dois sistemas foram apresentados, o ORCHESTRA (Open Architecture and Spatial Data Infrastructure for Risk Management, http://www.eu-orchestra.org) e o WIN-SOA (Wide Information Network for Risk Management-Service Oriented Architecture, http://win-eu.org). Ambos iniciaram-se em 2004, trabalham com plataforma aberta e tem a difícil missão de lidar com vários tipos de dados, de diferentes fontes e formatos de uma forma integradas.

Diversos outros exemplos apontaram o papel das geotecnologias na redução dos desastres naturais. Um dos mais extraordinários foi o de mapeamento em tempo real do perigo a inundação em Tóquio, apresentado por Nazane Kazuo, do Instituto Nacional de Pesquisas em Geociências e Prevenção de Desastres, do Japão. Com base em radar metereológico de alta resolução e no cálculo da vazão da drenagem urbana, o sistema mapeia a cada 10 minutos as zonas sujeitas a inundação. Tal exemplo, identifica com clareza o potencial do uso do GIS e mostra como os produtos de mapeamento de risco devem ser extremamente dinâmicos, orientando os desafios metodológicos a serem alcançados. Discutiu-se que um dos principais problema a serem solucionados para uma efetiva utilização, quer seja em sistemas mais simples ou mais complexos, é a falta de capacitação dos recursos humanos. Treinamento, capacitação e envolvimento do usuário é uma questão vital para o sucesso dos projetos de gestão de riscos com base em GIS.

ORGANISMOS GENETICAMENTE MODIFICADOS

Outro assunto de destaque foi o trazido pela russa Irina Ermakova, do Instituto de Neurofisiologia e Atividade Nervosa, de Moscou, que apontou questões bem fundamentadas sobre os riscos biológicos do uso de organismos geneticamente modificados, principalmente quanto ao uso de genes de bactérias do gênero plasmodium, os quais podem desenvolverem-se sem controle nos produtos vegetais, com alto risco de infecção aos usuários, quer sejam animais ou pessoas.

TERRORISMO

Um painel específico sobre o tema caracterizou os diferentes tipos de terrorismo e sua evolução para o que é chamado agora de terrorismo transnacional que caracteriza-se por uma ideologia transnacional (por exemplo, religiosa), estrutura em rede descentralizada e participação do cidadão que vive legalmente na sociedade. O promotor adjunto de Milão, Sparato Armando, destacou a diferença de diretrizes, entre o sistema europeu, exceto Reino Unido, e o sistema americano e inglês. O primeiro busca as medidas visam estabelecer um processo criminal, enquanto o segundo privilegia o conceito de segurança, no qual o direito processual é um obstáculo.